A Polícia Rodoviária Federal (PRF) prendeu, na tarde desta quinta-feira (15), em Dourados (MS), o advogado Daniel Fernando Nardon. Ele é investigado por participação em um esquema criminoso que atuava no Rio Grande do Sul, utilizando nomes de pessoas já falecidas para ingressar com ações judiciais e realizar empréstimos fraudulentos.

Segundo a Polícia Civil, Nardon é apontado como um dos principais articuladores do grupo, que também é acusado de reter valores de clientes referentes a processos judiciais e de apresentar procurações supostamente assinadas por pessoas mortas. O caso está sendo tratado como parte de uma prática chamada de “advocacia predatória”, com prejuízo estimado em até R$ 320 mil.

O advogado estava com a prisão decretada e teve a atividade suspensa pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Seu escritório foi alvo de uma operação no dia 7 de maio. No momento da prisão, Nardon alegou inocência e afirmou que seu nome foi usado indevidamente no esquema.

As investigações apontam que, em um dos casos, uma ação judicial foi ajuizada dois meses após a morte do suposto autor, com uma procuração datada após o óbito. O fato foi descoberto pelo juízo da causa, que comunicou o Ministério Público, levando à abertura de 45 inquéritos policiais.

Além de Nardon, outras 13 pessoas são investigadas pelos crimes de estelionato, falsidade ideológica, uso de documento falso, fraude processual, patrocínio infiel e apropriação indébita. A Polícia identificou ações semelhantes ajuizadas em várias varas cíveis de Porto Alegre (RS), todas com o mesmo padrão de irregularidades.

O investigado deve responder por falsificação de documento particular, falsidade ideológica e uso de documentos falsos. Ele permanece à disposição da Justiça.