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PM conhecido como "menino do fuzil" é condenado novamente por agressões em Bonito e arrasta colegas de farda.

PM conhecido como "menino do fuzil" é condenado novamente por agressões em Bonito e arrasta colegas de farda.

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O policial militar André Luiz Leonel Andréa, mais conhecido como "menino do fuzil", foi condenado novamente após agredir uma produtora cultural e seu irmão durante o Festival de Inverno de Bonito em 2019. Além dele, mais cinco PMs foram denunciados pela ação que resultou nas agressões. Todos os PMs acusados estão ativos no quadro de funcionários públicos com salários que variam de R$ 5 a R$ 11.590.

De acordo com a Ação Penal Militar, Leonel foi condenado a 2 meses e 15 dias de detenção para cada crime de constrangimento ilegal, 4 meses e 15 dias de detenção para o crime de lesão corporal leve e 1 ano e 3 meses de reclusão e 10 dias-multa para o delito de injúria racial. Somado ao artigo 79 do Código Penal Militar, que unifica as reprimendas, Leonel foi condenado a 1 ano 7 meses e 22 dias de reclusão e 14 dias-multa, com a pena-base fixada no mínimo legal de 3 meses de detenção. Apesar da condenação, Leonel ainda está em liberdade, mas deve iniciar o cumprimento da pena em regime aberto.

Leonel já havia sido condenado em 2021 a um ano, cinco meses e 10 dias de detenção em regime aberto por espancar uma mulher algemada dentro do quartel da Polícia Militar em Bonito. Mesmo após a condenação, ele permaneceu como 2º Tenente na Polícia Militar de Mato Grosso do Sul e segue ativo no quadro de servidores públicos do estado com salário livre de R$ 11.590.

Além das agressões, o MS Notícias revelou que a PM falsificava os boletins de ocorrência a mando de Leonel, narrando histórias fantasiosas e alterando ocasiões. Entretanto, o Tribunal Militar absolveu Leonel do crime de falsidade ideológica, por inexistência de prova suficiente para condenação. Já os Cabos Pabullo Arguelho Camargo de Freitas e Lana Carla Flores Vieira, também praticaram delitos semelhantes aos cometidos por Leonel.

A denúncia que resultou na condenação foi oferecida pelo Ministério Público Estadual (MPE) em 2022. Na ocasião, a produtora cultural e seu irmão foram algemados e agredidos pela Guarnição do PM, com uso da força excessiva. Durante a lavratura do Boletim de Ocorrência, Leonel proferiu ofensas racistas contra a produtora, que é negra, e seu irmão, que é branco. O MS Notícias relatou que os policiais falsificaram o registro da ocorrência, imputando às vítimas os crimes de desacato, resistência e desobediência.

Após a condenação, a produtora cultural disse que a Justiça foi feita, mas que a sensação é de dor e indignação. "É importante que esse caso venha à tona para que as pessoas tenham consciência de que essas condutas dos nossos agentes não podem ser banalizadas", afirmou a vítima.

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